A Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato foi oficialmente fundada em 1872, por um grupo de pessoas de boa vontade encabeçado pelo padre José Cunha. Antes desta data existia desde 1850, um grupo de músicos sem qualquer estruturação, conhecido pelo “CONCERTO” já participava em missas e festas populares diversas. A existência deste grupo é-nos revelada por uma sinfonia com o título de “DOMINÓ” datada de 1858.

Na regência da Banda António Augusto dos Santos (há desta altura um hino alusivo à criação da estação ferroviária de Oliveirinha-Cabanas, o que constitui, sem dúvida, um marco de progresso no desenvolvimento da região.

Surge na vida da Banda o seu terceiro regente, Sr. José Gonçalves (pai), que com brilho dá grande impulso para o aparecimento nos de 1910-1915 da figura mais ilustre e devotada à promoção musical de Cabanas de Viriato e, sem dúvida, o maior obreiro das grandes iniciativas da Filarmónica Cabanense-insigne compositor e regente, o Sr. José Gonçalves (filho). Na vasta obra deste verdadeiro e invulgar homem de Cabanas e da Filarmónica merece destaque especial a composição de um grande número de valsas, precisamente a que ainda hoje todos DANÇAM PELAS RUAS NOS DIAS DE CARNAVAL e que constituem o único e mais espectacular Carnaval do país, na célebre Dança Grande, mais conhecida por Dança dos Cus.

Como todas as colectividades, a Filarmónica conhece um período de crise (nos anos 20). Surge então Sr. Dr. Anacleto Soares de Albergaria, administrador do concelho, autor de inúmeras iniciativas tendentes ao revigoramento da Filarmónica, com empenho e sacrifício organizou peditórios, realizou festas e quermesses, tendo conseguido dar novo fôlego à colectividade.

Desde 1936 a Filarmónica organizou diversos ranchos folclóricos pela mão do seu director musical, o Sr. José Tavares da Conceição (Zé do Aido), Regedor da Freguesia, homem de causas com forte empenho na preservação da cultura musical, veio, mais tarde, a ser o regente da banda após a saída do mestre Jacinto, em 1970 (por várias vezes e sempre que a banda esteve em dificuldades contou com o saber, carinho e devoção do Zé do Aido). A partir do 1972 passaram como responsáveis pela banda os seguintes regentes: Padre Maia; Padre Messias; Sr. António Francisco; Sr. Mouzinho, Sr. Fernando MeIo de Sousa; Sr. Ernesto Ferreira; Sr. Carlos Coelho e novamente Fernando MeIo de Sousa. Em 1988 foi iniciada a construção da nova sede, sendo a mesma inaugurada em 03/12/95. No mesmo ano foram iniciadas as obras de reconstrução e ampliação do edifício sede, o “Lagarto”, tendo as mesmas sido inauguradas em 26/10/97.

Obras de grande envergadura que muito honram esta Associação e que se devem a uma equipa homens grandes, empreendedores e altruístas lideradas por Júlio de Barros Mendes.

Em Agosto de 2000 assume a Direcção Musical da Banda e Escola de Música, o maestro Evaristo Neto. A este homem que ainda hoje se mantêm nesta função a Filarmónica deve um patamar de qualidade que nunca foi atingido colocando-a ao nível das melhores do país, motivo de ORGULHO DA NOSSA VILA, PRESTIGIO DO NOSSO CONCELHO.

Desde 2001 a Filarmónica tem levado a cabo com regularidade o seu festival de bandas, sempre com participação de bandas de grande gabarito, vivendo momentos de elevado brilho e participação. Muitas têm sido as participações em inúmeros festivais de Norte a Sul do País, num vasto leque de honrosos convites de prestigiadas Associações Culturais.

Em 2002 no seu 130º aniversário grava o seu 1º CD.

Em 2004 grava o seu 2º CD, intitulado Tributo a Aristides de Sousa Mendes, integrado nas comemorações do 50º aniversário da sua morte, onde se destaca o título do CD, composição inédita do compositor Carlos Marques.

Em 2005 promove o 1º Curso de Aperfeiçoamento Técnico/Musical com a participação de músicos de grande gabarito, tendo como expoente máximo o concerto, realizado na altura, onde foi apresentada a marcha inédita Júlio de Barros Mendes, de autoria de Carlos Marques, com que se homenageou a o trabalho e dedicação daquele obreiro desta colectividade.

Ainda em 2005, no habitual Concerto de Natal apresenta-se a Banda Juvenil, composta pelos elementos mais jovens da Filarmónica.

Em 2006 é criada a Orquestra Ligeira.

Actualmente a banda da Sociedade Filarmónica é constituída por 50 elementos com idades compreendidas entre os 10 e os 50 anos sendo a média de idades inferiores a 20 anos.

Continua a funcionar a escola de música, totalmente gratuita, é frequentada presentemente por cerca de 30 jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 14 anos. A Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato com 136 anos de vida manteve ao longo da sua existência, uma profícua actividade na área cultural com especial destaque para a aprendizagem, proliferação e execução musical.

A convite do Teatro Viriato a Banda realizou em 2007, um concerto no palco mais prestigiado do distrito.

No decorrer das comemorações dos 135 Anos, a Banda Filarmónica gravou o seu 3º CD, é orgulho para esta casa revelador do significativo nível musical atingido pela Banda.

Em Julho, a convite da Editora Afinaudio para Holandesa Mollenar, gravou três obras musicais inéditas para promoção e demonstração das mesmas, levando o nome da Banda, da Freguesia e do Concelho a todo o mundo. Ainda em 2007, no mês de Novembro, actuou no Teatro da Trindade, em Lisboa no encerramento da peça “A DESOBEDIÊNCIA” de homenagem a Aristides de Sousa Mendes. Em 2008 desenvolve inúmeras participações em eventos musicais nomeadamente a realização no palco da sala principal do Teatro da Trindade de um espectáculo intitulado “ARISTIDES DE SOUSA MENDES de CABANAS DE VIRIATO PARA O MUNDO”… e assim se vai construindo o futuro que desejamos seja longo e profícuo.